Em 2011, milhões de cidadãos do Sul do Mediterrâneo ocuparam as ruas, exigindo o fim das ditaduras, o direito de escolherem os seus governos e a liberdade de expressão das suas identidades culturais e religiosas. Ao fim de alguns meses, este extraordinário movimento popular levou à queda de três ditadores.
A vaga democrática árabe faz parte de um movimento mais vasto de transição para um mundo pós-Ocidental, no qual a agenda global já não é exclusivamente definida pelo Ocidente e onde se ouvem novas vozes. Neste quadro, o desafio será aceitar as escolhas democráticas dos cidadãos do Sul e aprender a viver com a mais que provável ascensão dos partidos islamistas ao poder em toda a região. As revoluções democráticas nos países árabes são uma oportunidade única para que a UE contribua para uma vizinhança pacífica e democrática – e dão novo ímpeto e razão de ser ao projeto europeu.