Quando o ruído dos motores foi silenciado e o avião deixou de subir, e enquanto o piloto o conduzia, com os motores destruídos, para uma amaragem desesperada no rio Hudson, ao mesmo tempo que anunciava «Preparar para o impacto», Berretta fechou os olhos, apertou o livro de orações que tinha no bolso e tentou preparar-se para a morte.
Uma catadupa de pensamentos invadiu, de rompante, a sua mente. Pensou na sua mulher e nos seus quatro filhos, e em como eles iam sentir a sua falta. Lembrou-se que acabara de se confessar e de assistir à missa, e interrogou-se sobre se a sua alma estaria pronta para se encontrar com o Senhor. Sabia que tinha de rezar. «Deus, por favor, tem misericórdia de nós, por amor ao vosso Filho», sussurrou ele.
Nesse preciso momento, Berretta sentiu um «empurrão» ou uma «cotovelada» na sua consciência; sentiu-se tão desperto como nunca se sentira até então, e teve a clara sensação de que tinha de fazer alguma coisa. Mas o quê? Então, a voz de Deus soou com força e clareza nas profundezas da sua alma: «Estás disposto a aceitar a minha vontade para a tua vida?»