Os pré-socráticos gozam do privilégio de terem vivido num período de transição de um modo de sociabilidade para outro. E de terem sido não só os críticos mais consequentes da anterior formação económica e social como os ideólogos de uma outra concepção do mundo e da vida. Deles se pode dizer que não se limitaram a interpretar, antes quiseram e conseguiram revolucionar e legitimar as novas relações sociais de produção e de reprodução. Nisto consistiu o “milagre grego”.
Numa época de éticas sem moral alguma e de comportamentos e hábitos sem qualquer eticidade, a releitura dos seus textos pode sem dúvida contribuir para repensarmos os arquétipos da cultura europeia.