Hugo atingiu metade da sua existência: é famoso e invejado, muitas vezes odiado, sempre sedutor (oh, e quanto!...) e mais do que nunca comprometido na vida política.
Em 1845, torna-se Par de França, percorre Paris debaixo de fogo em 1848, torna-se deputado em 1849 e sobe às barricadas em Dezembro de 1851, por ocasião do golpe de Estado de Luís Napoleão... Ameaçado de morte, foge para o exílio, usando um passaporte falso. Serão quase vinte anos de exílio, quase vinte anos durante os quais escreverá algumas das obras mais representativas. Entre elas, Os Miseráveis.
Até que regressa a França para a proclamação da República, em 1870.
Agora, um novo espaço se abre diante desta personagem única, que não quer render-se à idade que avança. Só que a morte acabará por vencê-lo. E as suas exéquias nacionais, em 1885, serão acompanhadas por dois milhões de franceses, numa estranha atmosera que mistura piedosa veneração e êxtase orgíaco...