Descoberto o Brasil, divulgadas as primeiras notícias sobre a terra das mil maravilhas, este tornou-se potencial destino de viagem, pelas mais variadas razões.
Abertos os portos à navegação estrangeira, pela ação da corte joanina, os roteiros expandiram-se, multiplicando-se os relatos de viajantes oitocentistas que, por iniciativa própria ou ao serviço de Sociedades Científicas de seus países, palmilharam o país do Oiapoque ao Chuí, exibindo, para além das exuberantes fauna e flora, os costumes, os usos, as espetacularidades, as fatalidades… do imenso e heterogéneo território brasílico. Encorpando fileiras, a esses se juntaram os dos viajantes nacionais, mais preocupados com a construção da própria nação independente do que com a sua descrição.
Desse modo, questões como aplausos ou vaias às visitas reais, mediação do Bispo entre o poder militar e a revolução dos Cabanos, críticas ao Marquês de Pombal e aos Jesuítas, palpites sobre o domínio dos escravos, avaliação dos recursos naturais, análise de competências institucionais e governativas, etc., estiveram na ordem do dia.
Em suas páginas desenha-se uma verdadeira tragédia humana, um dos pilares mais notáveis na consolidação de tão vasto território imperial, à sua custa… tornado país.