«A vida é um rio de complexas águas», afirma um personagem de Luandino. As suas estórias - as velhas, as de dentro, as todas - têm essa força fluvial que é poética e torrencial, em fuga do fácil, do supérfluo. Estas «estórias», sempre novas porque velhas, lembram um quintal angolano onde desfilam os códigos e as dinâmicas de convívio, mas também os trejeitos e os cheiros que só quem soube escutar a realidade pôde assim vir a recriá-la. Profundo peregrino de si próprio, Luandino Vieira faz o que tem de ser feito: nos seus livros renasce a literatura angolana.