Sobre a velha instituição na qual se centra toda a vida humana - a família - fazemos uma breve reflexão: os seus direitos e também seus deveres ou responsabilidades. Porque defender a família traduz-se em defender a vida. É certo que vivemos no tempo presente conflitos e deveres. A ciência e a técnica que tanto avançam propõem formas de vida que desafiam a própria Humanidade ou os princípios morais em que assentam as sociedades. Teremos de enfrentar a realidade com outras realidades. Penso aqui no papel relevante da justiça. Assim, ao aborto, à eutanásia, ao divórcio, às uniões de facto, às violências domésticas, às co-adopções, teremos de responder com a inviolabilidade da vida - e com normas na defesa dos indefesos, pondo fim à escalada de manifestações genéticas. A nossa sociedade assiste impávida à destruição ou armazenamento de embriões, para benefício de terceiros, amanhã, por este caminho, não impediremos a clonagem humana e a reconstrução genética. Desvanecer-se-á a diferença entre procriação e produção, entre geração humana e fabrico. Antes considerávamos que o homem e a mulher foram criados por Deus à sua imagem e semelhança. Depois, Fuerbach e mais tarde Freud entre outros, anunciaram que tinha sido o homem criar Deus à sua imagem e semelhança e que chegara a altura de por termo à alienação religiosa, assumindo que "o homem é para o homem o ser supremo". Agora, por fim, o homem passa a ser criatura, imagem e produto doutro homem, o seu novo Deus e autor.