Não devemos ter medo do diabo; devemos é recear o pecado. Na época em que vivemos, o mundo laico, herdeiro do Iluminismo, do racionalismo e da difusão do ateísmo, tende a afastar os homens da fé, sobretudo nesta velha Europa, em países em que a fé vai esmorecendo. Ora, acontece que os homens de todas as épocas se deram conta da insuficiência das coisas humanas, da necessidade que têm de Deus e do facto de, uma vez afastados de Deus, procurarem outros apoios, sendo empurrados para a superstição, o espiritismo, as seitas satânicas e, em geral, tudo aquilo que identificamos como ocultismo. Ao longo da História, foi quase sempre certo que, quando se calou a fé, aumentou a superstição. E é precisamente o mundo laico que, privado de pontos de referência, se aproxima da magia, do oculto e das mais diversas formas de religiosidade, ou mesmo do próprio Demónio.