Os Últimos Cruzados é uma narrativa extremamente rica e cativante que começa a sua viagem pela história de Portugal no início da expansão marítima, com a conquista de Ceuta. Fala da carnificina de Lepanto, das conquistas de Don Juan, da construção de uma pirâmide de caveiras espanholas por Dragut, em Jerba, da utilização de exemplares do Alcorão pelos Espanhóis para melhor acomodarem os seus cavalos nos estábulos, da vida dos escravos a bordo das galés, bem como do fabrico da pólvora e da fundição de canhões e do ouro.
Este livro fala do último grande conflito entre o Oriente e o Ocidente, do confronto titânico – nos séculos XV e XVI – entre o Cristianismo liderado pela casa de Habsburgo e o Império Otomano. E, embora se concentre nas grandes campanhas navais e na luta feroz pelo domínio da costa norte-africana, recria o conflito que, de certa forma, equivaleu à primeira guerra mundial. Afinal, o conflito espalhou-se pelas rotas mercantis do Atlântico, do Mar Vermelho, do Golfo Pérsico e do deserto do Sara. Havia mesmo um plano para levar a guerra até às Caraíbas. Consumiu nações e culturas, destruiu dinastias, arruinou cidades e reduziu a população das províncias. No entanto, as fronteiras por que lutou permanecem até aos dias de hoje: são linhas divisórias entre nações, línguas e religiões.