«Estávamos agora a 4 de Outubro de 1971 e ia fazer dez dias que tínhamos entrado, em Lisboa, para bordo do Vera Cruz, onde viajávamos ainda.
Alvorecera já e, apesar de ser cedo, a expectativa de chegar a uma terra diferente não deixava dormir ninguém.
Apenas mais umas milhas e teríamos Luanda à vista!»
É assim que começa esta “última carta”, um diário onde o autor relata as histórias vividas na “Guerra do Ultramar”. Carlos Alves leva-nos a um dos períodos mais conturbados da História de Portugal, a época de conflitos entre as Forças Armadas Portuguesas e as forças organizadas para libertação das antigas províncias ultramarinas, relatando em discurso direto, as emoções vividas em terras de Angola entre 1971 e 1973, as idas a Luanda, que lhe permitiam “escapar” às habituais e perigosas “operações” na mata e as saudades de Lisboa que o mantinham vivo e acompanhado pela sua “estrelinha”… seja ela o que for!
Não se trata de mais um livro sobre a “Guerra do Ultramar”, mas tão só a vivência escrita a cada momento, na incerteza se haveria amanhã.