O trompete verde de Miles Davis, em exposição na biblioteca da universidade de Rutgers, em Newark, é roubado, sem se perceber exactamente como foi possível.
Um detective português emigrado nos EUA, que trabalha por conta própria em pequenos casos de infidelidade, traições e divórcios é colocado na pista do trompete pelo seu amigo, o reitor da universidade, mas não se sente nada à vontade fora da sua rotina. Grande amante de jazz, resquícios de uma mulher americana com quem viveu e lhe incutiu essa paixão, e também grande amante de livros e livrarias: vai recorrentemente à Barnes & Noble para pensar no caso e acalmar a olhar para as lombadas. Na agência, tem dois assistentes a trabalhar consigo: uma mulher/secretária e um ajudante/fotógrafo que deixa bastante a dever à inteligência.
Durante a investigação, este detective português (que desmaia quando vê cadáveres) vai-nos conduzindo pelos pontos de encontro da comunidade portuguesa de Newark e seus habitantes. Guia-nos também pela realidade social de Newark e de Nova Iorque, como por um território de guerra declarada entre os gangues que dominam a cidade e a própria polícia e forças políticas das cidades, os problemas e dramas dos emigrantes ilegais à mercê destas máfias. Estão também retratadas a beleza e a podridão da Grande Maçã e das cidades satélites do outro lado do rio Hudson, onde se desenha uma geografia concreta da emigração e da comunidade portuguesa em particular. Tudo isto imerso em jazz.