A Viagem de Duarte Pacheco Pereira ao Brasil em 1498.
Em 1892 foi publicado pela primeira vez o Esmeraldo de Situ Orbis de Duarte Pacheco Pereira (cujo manuscrito se dava como perdido). O autor foi um dos maiores peritos de navegação e homem de armas dos finais do século XV e inícios do século XVI, e o interesse da sua obra ultrapassou quaisquer expectativas que houvesse, entre outros motivos por causa de uma passagem que sugeria um avistamento pré cabralino do Brasil: [no ano] de mil quatrocentos e noventa e oito, donde nos Vossa Alteza mandou descobrir a parte ocidental, passando além a grandeza do mar oceano, onde é achada e navegada uma tão grande terra firme... A historiografia tem discutido se Duarte Pacheco foi ou não o descobridor do Brasil, e bem assim o alcance de uma outra frase cujo significado tem sido analisado à exaustão: E além do que dito é, a experiência, que é madre das cousas, nos desengana e de toda dúvida nos tira… Este livro parte de uma constatação de Armando Cortesão, segundo o qual o célebre planisfério de Lopo Homem de 1519 espelha a conceção do mundo de Duarte Pacheco, para discutir o alcance da viagem do navegador, mas de acordo com essa sua visão do mundo - e não com a nossa, como geralmente é feito.