Em 1941, os ingleses temiam que Hitler, depois de subjugar a França, avançasse para a Península Ibérica. Receando essa invasão e desconfiando das intenções de Salazar, decidiram montar em Portugal uma rede clandestina que deveria destruir pontes, estradas e outras infra-estruturas para travar as tropas nazis. Com esta difícil missão, foi enviado para Lisboa um agente do SOE, o serviço de operações especiais britânico encarregue da «guerra não cavalheiresca». John Grosvenor Beevor instalou-se em Lisboa e recrutou os elementos desta rede constituída por ingleses e portugueses, entre os quais vários funcionários da empresa Shell e personalidades como o barão de Vilalva ou Cândido de Oliveira, mais tarde fundador do jornal A Bola. Mas quando Beevor decidiu convencer a Legião Portuguesa a alinhar nos seus planos, Salazar depressa reagiu. O ditador estava atento aos propósitos secretos de Londres.
Traição a Salazar reconstitui com minúcia uma história de intrigas e conjuras, de espionagem e contra-espionagem, uma conspiração que pôs em causa a mais antiga aliança diplomática do mundo.