Uma viagem ilustrada pelo autor à Túnisia, Espanha, Zimbabué, Reino Unido, Etiópia e Portugal. Viajamos para experimentar cair fora do conforto das nossas ilusões sedentárias; mas, porque desejamos também regressar, devemos abandonar a ilusão de fazermos parte de mundos que não são nem nunca serão os nossos. Nenhum viajante vê nada verdadeiramente visto. Vê o que leu e ouviu, lê o que viu e sentiu. Ao escrever ou desenhar imaginadas realidades exóticas, finge esquecer que não há outra realidade que não a da ficção partilhada. A atracção da viagem nasce da ânsia de nos confrontarmos com um instante de abismo, onde as ilusões da nossa frágil realidade quotidiana ameaçam tropeçar. E esse instante é o clique que, permitindo-nos a fuga às ilusões de uma realidade sedentária, nos aprisiona na ilusão de que acordámos do pesadelo do sedentarismo.