No final do século XX, o panorama de imigração em Portugal alterou-se com a entrada de um número significativo de imigrantes do Leste da Europa e do Brasil, que praticamente duplicou o número de estrangeiros no país. Uma parte importante dos recém-chegados entrou no mercado de trabalho nas mesmas actividades que até então tinham empregado imigrantes originários dos PALOP: limpezas e trabalho doméstico, para as mulheres, e construção, para os homens. Este estudo adopta uma perspectiva sectorial dos processos de incorporação laboral e investiga os efeitos da entrada dos ‘novos’ imigrantes para os trabalhadores de origem africana de presença mais longa no país. Abordam-se, em paralelo, experiências e visões dos empregadores no novo contexto e trajectórias laborais, estratégias e opiniões dos trabalhadores, na Área Metropolitana de Lisboa.