"Suspensa em oceano infinito de seu negro líquido amniótico, a Terra roda lentamente pincelada do azul e do branco. Aqui e ali surgem verdes e castanhos que secam o mar, são os Continentes, existindo agora."
In, TORMENTÓRIO de JOSÉ CAVALHEIRO HOMEM
Assim levanta voo TORMENTÓRIO, da Pista-Foz das primeiras Obras de José Cavalheiro Homem...
Em sequência líquida rasga o Leito e segue em espaço de arquitectura intensa, cujos passos abracei em distância íntima.
Livro-Poema de Mar revolto em Canto d'Hora onde se colhem Cadências com Selo próprio de Cavalheiro Homem, homem de trilhos guardados em "Mala de Papelão"* onde comungam afectos, alegrias, lágrimas e reflexões de sendas respiradas.
A Malha desentrança-se como Pontos-de-Mimo de "Cachecol de Avó"*, inesgotáveis...
E em Asas de Aviação segura, larga-se em labaredas cruzadas de Vidas e de Apelos...
Não falta a ironia de quem tem Alma de Voo e d'Aguarela neste TORMENTÓRIO onde baila Pessoa em Hino da Mensagem...
Livro de rebentação forte, que captei num todo subjectivo e ínfimo...
Colhi-Lhe as Teclas do Pulso largadas em Pauta cujo solfejo chove entre molhos de Técnica embutida de clarões que transparecem a azáfama de uma Torre de Controle e da Tripulação que comanda a rota de um motor...
Captei dispersa, quase perdida, "Estados" n'Esse Espaço d'Além que hei-de apanhar, fazendo germinar as Sementes que, em mão cheia, José Cavalheiro Homem, lançou no Ar deste seu novo Livro, TORMENTÓRIO...
Obrigada, José !
Maria José Praça.