Xinran viajou pela China entre 2005 e 2006 à procura daqueles a quem chama de «avós» e «bisavós» no país: homens e mulheres que viveram, na primeira pessoa, as profundas mudanças da era moderna. Por cidades e aldeias remotas, Xinran falou com os membros dessa geração, entrevistando-os pela primeira e, talvez, última vez. Ainda que com medo de possíveis repercussões policiais, falaram com toda a delicadeza dos seus sonhos, medos, lutas e daquilo que testemunharam: o percurso da Revolução Cultural de Mao. Apesar do Ocidente olhar os últimos cem anos da China através de uma visão maioritariamente ligada à ascensão e poder de Mao Tse Tung, o mesmo período, para os chineses, é profundamente mais complexo.