Este livro é um diálogo entre o passado e o presente.
É a recriação de uma atmosfera rural, onde não falta humanismo, espiritualidade, amor, determinação e inteligência para vencer a adversidade, seduzindo o leitor página a página.
O patriarca, homem obstinado, ameaça os filhos desde pequenos “nesta casa quem não trabalha não come”, para fugir à pobreza que o regime promove e exalta com o paradigma, pobreza e honradez. Essa irritabilidade tornará o leite azedo, matriz que lembra o “realismo mágico” próprio da literatura sul americana à Garcia Marquez.
No final, Gabriel pedagogo jubilado, convoca toda a família e amigos para voltarem à agricultura e lança o seu apelo que dá nome ao livro “Terra: escuto!”
Em uníssono, todos afirmam: “somos guardiões do que aprendemos dos nossos antepassados”, ou por outras palavras, como diz a pastora quando, finalmente, casa com Dinis: “Abre-te comigo como se eu fosse terra”.