Que haverá de acertado em considerar-se os portugueses, tal como fez Miguel de Unamuno, como um povo de suicidas? A presente antologia contém textos de Antero de Quental, Florbela Espanca, Camilo Castelo Branco, Manuel Laranjeira, Mário de Sá-Carneiro e de Barão de Teive que talvez permitam ensaiar uma resposta a tal questão. Nos suicidas portugueses encontramos a Nostalgia, a Saudade, quer dizer, “a dor da proximidade do longínquo”, a profunda experiência da loucura, a profunda experiência do amor, a profunda experiência da ausência, a profunda experiência da morte e, por tudo isso, a profunda, incarnada e experiência trágica da vida e portanto da literatura em que a paixão e o padecimento e o mistério da verdade se tornam indistinguíveis e por vezes insuportáveis