Amar uma mulher sem veneno é como jogar à roleta russa com uma pistola de fulminantes. A obscura força que leva um sujeito a lançar-se, preso a uma frágil lona, em direcção ao abismo azul, é a mesma que o precipita, indefeso e nu, para os braços de uma mulher. Quando o louva-a-deus encontra a sua deusa e esta lhe diz «vem, vou-te comer», o infeliz sabe que aquilo não é uma metáfora. E, seguro de que depois do amor será servido ao jantar, persigna-se e vai. É o que nós fazemos.