Marco estava só; Inês estava triste; o Farrusco tinha sido abandonado. Duas crianças e um cãozinho percorrendo, simultaneamente, um caminho pejado de obstáculos...
Fazendo da fraqueza força, travando batalhas contra as hostes de um destino que ameaçava ser cruel, conseguem derrubar todas as barreiras e deixar-nos uma espécie de hino à amizade, à solidariedade, ao carinho, enfim, ao Amor.
«(...) Inês não conseguiu aperceber-se da expressão triste daquele menino nem, tampouco, das orelhitas arrebitadas e olhar vivo do rafeirito que se aninhava a seu lado de forma a permitir uma ambivalente troca de calor corporal...
(...) Ainda há dias era uma garota. Ontem, qual Joana D’Arc, parecia uma guerreira capaz de virar o mundo do avesso...
(,,,) – Não a verei mais.
A tristeza que envolvia aquelas palavras e que o seu olhar evidenciava, aliada à sensação que provocou em mim, por me permitir saber o que mais desejava, quase me fez garantir-lhe que me podia ver todos os dias e todas as noites, se fosse esse o seu desejo. O pudor impôs-se e disse-lhe apenas:
– O mundo é pequeno. Quem sabe…»