«Tinha eu apenas seis anos de idade, no ano de 1951, quando teve início a estória que aqui vou relembrar. É uma estória banal de uma viagem que milhares e milhares de crianças empreenderam, em determinada altura das suas vidas. Eram crianças vulgares, portuguesas, inglesas, francesas, alemãs e belgas que fizeram um percurso idêntico, em Angola, Moçambique, Quénia, Congo, Zâmbia, Zimbabué e África do Sul, para ali levadas pelos progenitores atraídos pela magia do imenso continente africano, a terra das oportunidades, o novo El Dorado. Essa viagem fantástica até esse continente distante, simultaneamente misterioso e maravilhoso, marcou-as, indelevelmente, para o resto das suas vidas e moldou o seu carácter, para o bem ou para o mal, traçando o seu destino.»