A Segunda Guerra Mundial vai mudar a vida do jovem alsaciano Paul Freundlich, arrastando-o para um ciclone vermelho de sangue e sofrimento. Um cenário onde milhões de soldados anónimos se esfumaram em cinzas, levando com eles sofrimentos incomensuráveis e inconfessáveis, e onde os agressores, quantas vezes, se transformaram em vítimas dos seus próprios atos, impelidos pelas circunstâncias, pelo instinto de sobrevivência ou, simplesmente, por obscuras pulsões primárias.
As memórias indeléveis da guerra, gravadas no âmago do ser, teimam em manifestar-se nos momentos mais improváveis. O passar dos anos intensifica o desejo de revelar o irrevelável, de testemunhar, antes do fim.
Após um encontro com Paul em Portugal, no Algarve, o autor (autor-narrador-personagem) transforma-se igualmente em sujeito dessa mesma catarse. Ao relatar a história de Paul, o autor reflete sobre o seu próprio passado, a sua não-guerra e o destino dos homens.