Imagine que Portugal saiu do euro. No dia seguinte, como vamos viver com o novo Escudo?
Portugal está a ficar sem alternativas. Já vimos que a austeridade não apenas destruiu a economia, como ameaça continuar a destruí-la durante décadas.
A reestruturação da dívida – que Francisco Louçã tem defendido – foi sistematicamente recusada. E da União Europeia pouco podemos esperar: o Tratado Orçamental apenas alargará ainda mais o fosso entre o centro da Europa e as suas periferias, entre os ricos e os pobres. O que nos resta então?
No contexto actual, mais do que debater a saída de Portugal do Euro – conforme defende há anos João Ferreira do Amaral – assumimos uma hipótese muito realista: a de que Portugal pode não ter outra alternativa. Quer por vontade própria, quer por força das circunstâncias – pois o frágil edifício da moeda única dificilmente resistirá a uma nova crise ou à eternização da actual.
A Hipótese Novo Escudo parte assim do contexto em que a saída do Euro seria um facto consumado. Os autores não debatem as vantagens ou desvantagens da opção. Preferem, isso sim, responder aos seguintes problemas concretos: sairemos ou seremos empurrados? E se sairmos, será com ou sem o acordo da União Europeia?