A Sociologia da Arte traça um percurso através das tensões sociais e políticas, das discriminações e das dinâmicas conflituais de que a arte se reveste na contemporaneidade; e simultaneamente revela o que significa fazer investigação sociológica no domínio artístico, quais os instrumentos, os métodos e as especialidades de que se serve em comparação com outras disciplinas.
Na pós-modernidade, a arte torna-se "fábrica de sentido", laboratório da sociedade civil, espaço da memória através da qual se definem socialmente as identidades de género, as origens étnicas e de classe social. Do ponto de vista sociológico, a arte não é mera colecção de objectos, mas um conjunto de actos de consumo que enriquecem a obra com muitos e por vezes imprevistos significados. Se, por um lado, é a sociedade que constrói a arte, por outro, também a arte, por sua vez, constrói a sociedade: através dos fragmentos de memória individual e colectiva que reproduz e através das retranscrições do passado que contribui para legitimar. Os textos artísticos tornam-se assim materiais de construção, pedaços de matéria simbólica com os quais se produzem os significados.