Quando Marx escreve Sobre a questão judaica, em 1843, tem vinte e cinco anos e o debate sobre a “questão judaica” está ao rubro, não sendo, contudo novo, o século anterior já vivera a agitação das controvérsias sobre o dogmatismo teológico e a emancipação civil. O texto de Marx, resposta fulgurante ao que Bruno Bauer publicara sobre o assunto em 1842, inscreve-se nesse debate sobre a emancipação dos judeus no “Estado cristão”. Mas, para Marx, é também a oportunidade de alargar o debate, questionando em que consiste essa emancipação. Para ele, o problema não está na religião em si mas na relação entre o Estado político e a sociedade civil.