«apetecia-me escrever sobre as coisas sobre as quais me apetecesse escrever, por mais esotéricas e íntimas que me surgissem – coisas como um peixe de aquário ou um doce de praia, uma canção favorita ou um autor muito amado, o sexo ou a amizade, a minha casa ou a minha primeira morte.
é uma presunção, bem sei, que isso interesse a alguém, mas como sempre me interessou saber o que interessa aos outros posso crer que aos outros, para quem sou outra, interesse saber o que me interessa. posso até acrescentar que acho que nos interessamos todos – à excepção dos psicopatas, e talvez mesmo esses, já que se interessam por si próprios – pelas mesmas coisas.
e há sempre os peixes da capa.» Fernanda Câncio no prefácio.