A pedofilia, os abusos sexuais, os maus-tratos, a droga, o alcoolismo, o incesto, a prostituição, os suicidas e os assassinos, a desgraça das crianças abandonadas, raptadas, torturadas, cedidas às famílias de acolhimento e à adopção, usadas como granadas na guerra entre os pais, são uma realidade mais profunda e chocante do que a indignação que causam como notícia de abertura do telejornal, ou como primeira página de um jornal.
O autor é oficial de justiça num Tribunal de Família e Menores ― mas mais do que um funcionário, sente-se uma testemunha do julgamento da condição humana. Quase diariamente assiste ao calvário das famílias que se esboroam em ruínas, sem fé, num terramoto dos sentimentos. E estende as mãos para o pó dos escombros sob os quais as crianças continuam a chorar e a gritar por socorro.
CRIANÇAS MALTRATADAS, ABUSADAS, ABANDONADAS…
As histórias que este livro nos conta são um repositório dramático e expressivo daquilo que no dia-a-dia vai desfilando por um Tribunal de Família e Menores. São descrições adequadamente ficcionadas de casos ocorridos, sem violação do segredo de justiça. São relatos vívidos de algumas das maiores tragédias humanas. Mas são principalmente um grito de alerta. E uma denúncia do submundo das lutas caninas dos pais dilacerando a inocência e a infância dos próprios filhos.