Luigi Pirandello (1867-1936) nasceu na Sicília, numa localidade chamada Caos. A sua vida foi, como escreveu, a “involuntária passagem pela terra de um filho do caos.” Frequenta a Universidade, primeiro em Roma, depois em Bona, onde se licencia em Filologia Românica. A partir de 1892, estabelece-se em Roma onde inicia a sua carreira literária, aconselhado pelo seu conterrâneo Luigi Capuana a escrever narrativas. Em 1901, publica o primeiro romance, "L'esclusa" e, em 1902, "Il Turno". Autor de uma obra vasta, Pirandello escreveu diversos romances, contos e novelas que foram compilados sob o título de "Novelle per un anno" (15 vols., 1922-37). Com "Ele Foi Matias Pascal", romance publicado em 1904, obteve um enorme êxito editorial. Dos seus seis romances, os mais conhecidos são "Ele Foi Matias Pascal" (1904) e "Um, ninguém e cem mil" (1926). Será a partir de 1915 que começa a sua carreira triunfal de autor dramático, com obras como "Cautela Libertino!", "Limões da Sicília", "Liolà" (1916), "Para Cada Um a Sua Verdade", "O Barrete de Guizos", "A Volúpia da Honra" (1917), "Ma Non È Una Cosa Seria" e "Il Giuoco delle Parti" (1918), muitas delas tendo origem nas suas novelas ou contos. Em 1918 publica o primeiro volume do teatro sob o título "Máscaras nuas", título que é todo um programa. Com "La Nuova Colonia" (1928) inaugura uma série de textos que irão constituir o seu derradeiro ciclo, o dos «mitos» modernos, que culmina nos "Gigantes da Montanha", texto inacabado. Desta sua última fase é também crucial o texto "Esta Noite Improvisa-se" (1930) onde especula sobre a vida, a criação e o teatro. Em 1931, esteve em Lisboa, no Congresso da Critica, tendo assistido à estreia de "Um Sonho, Mas Talvez Não," na companhia Rey Colaço-Robles Monteiro. Em 1934 é-lhe atribuído o prémio Nobel.