Esta história cronológica dos intelectuais do século XX, centrada em França, não é tanto - embora efectivamente o seja também - uma história de pessoas, ideias e obras como é realmente o relato dos confrontos de ideias entre estes intelectuais, assim como o reflexo das suas amizades e dos seus ódios.
É essencialmente um livro de acção e de acções, em que se descreve os confrontos verbais ou escritos não de velhos sábios muito tranquilos, por vezes exaltados pelos manuais escolares, mas de jovens fogosos que chegam a insultar-se mutuamente e a agredir-se fisicamente.
Através dos anos de Barrès, dos anos de Gide e dos anos de Sartre, este livro faz as pazes com a realidade e a simbólica dos acontecimentos, põe a nu a carne destes homens - tenham sido eles grandes actores ou personagens secundários - que, por meio das suas ideias, pretenderam exercer alguma influência sobre o seu século.
E é assim que eles se nos apresentam - ora irritados, ora apaixonados, ora malévolos.
Criam revistas e jornais que, por vezes, acabam por sabotar. Lúcidos ou partidariamente obcecados, quer exerçam, quer não, alguma influência sobre os acontecimentos, quer tenham razão, quer não, envolvem-se e empenham-se numa ou em sucessivas causas, correndo o risco de virem a desdizer-se ou de serem reprovados.
Para lá de todo este vastíssimo e riquíssimo quadro humano, desfila uma parte considerável da história do Século XX, desde o famigerado caso Dreyfus - com o qual o termo intelectual começa a impor-se com toda a nitidez - até à Morte de Sartre e de Raymond Aron, deixando em muitos a impressão de se ter chegado à extinção dos intelectuais, coisa em que Michel Winock não acredita.
Com a chegada do fim do século XX - e também do fecho do segundo milénio da nossa era - , somos todos tentados a olhar para trás, com mais raiva ou com maior serenidade, mas tentando sempre atingir maior rigor e maios objectividade na análise de pessoas e acontecimentos, ideias e sociedades, realizações e destruições, avanços e recuos da humanidade. Balanço positivo, balanço negativo - questão sempre difícil, ingrata, mas a realizar oportunamente.
Esta colecção pretende ajudar a fazer tal trabalho de pesquisa e reflexão, publicando livros que permitem «ver» tais quadros com maior e melhor nitidez.
Aconselha-se vivamente a sua leitura.
Quando os primeiros aviões americanos idos dos Açores sobrevoaram Telavive, a lendária Golda Meir chorou.
Neste livro, José Freire Antunes, reconstitui, através de textos oriundos dos arquivos pessoais de Marcello Caetano, as extraordinárias consequências da Guerra de Yom Kippur, iniciada em 6 de Outubro de 1973 com o ataque a Israel dos exércitos da Síria e do Egipto.
Ante a recusa de todos os outros aliados dos Estados Unidos na Europa, incluindo a Espanha de Franco, Portugal foi o único a autorizar a ponte aérea para Israel, através da Base das Lajes.
O contexto internacional da guerra do petróleo foi altamente dramático e a União Soviética e os Estados Unidos envolveram-se a fundo na crise do Médio Oriente. Portugal ajudou a salvar o Estado de Israel e pagou por isso um elevado preço.
Mais uma obra de José Freire Antunes, sobre as relações externas de Portugal, que vale a pena ler.