Publicado em 1929, pouco antes de O som e a fúria, o romance Sartoris é o primeiro situado no condado fictício de Yoknapatawpha, no Mississippi.
Nele, William Faulkner (1897-1962), Prémio Nobel de Literatura, começa a estabelecer o estilo que marcaria todos de seus livros posteriores e pelo qual seria consagrado.
O volume narra a trajetória de uma família decadente, de passado escravocrata, que vive à sombra do Coronel John Sartoris, morto na Guerra de Secessão. Tia Jenny, a irmã mais nova do coronel, verdadeira guardiã do passado e também da narrativa, é a mulher que alinhava, com sua memória reiterada e reinventada, as tragédias das gerações (passadas e futuras) dos homens da família Bayard, Velho, filho do coronel, e os dois netos gémeos, também chamados John e Bayard. Tia Jenny amaldiçoa constantemente a família, mas conta a sua história tantas vezes a ponto de transformá-la em mito.
No livro, os grandes acontecimentos nas vidas dos protagonistas solitários, problemáticos e heróicos são apenas sugeridos, e o que se descortina as são suas consequências.