A 1 de Setembro de 1807, e outra vez num momento de afastamento entre Londres e Paris, Napoleão exigiu que Portugal encerrasse os seus portos ao comércio britânico. Caso não obedecesse enfrentaria uma invasão franco-espanhola. É certo que Portugal conseguiu temporariamente apaziguar a França. No entanto, em Outubro, a guerra foi declarada e Portugal invadido, sendo evidentes duas coisas. Em primeiro lugar, que a cedência portuguesa ao ultimato francês ocorrera demasiado tarde. Em segundo lugar, que o tratado franco-espanhol de Fontainebleau (27 de Outubro de 1807), que selou a ocupação e divisão de Portugal, demonstrava uma vez mais haver algo de profundamente errático no pensamento e acção de Napoleão. (…) Perante as origens e as condicionantes históricas enunciadas, os textos reunidos neste livro desenvolvem uma reflexão, à escala ibérica, daquilo que foi a história, a memória e o impacte patrimonial de uma operação político-militar que teve o saque de Évora como principal mas não como único protagonista.