Thomas Chinnery é o jovem assistente de um mestre boticário inglês, encarregado pelo amo de empreender uma perigosa viagem pelas águas da África Oriental e Indía, controladas pelos Portugueses.
Porém, o capitão do barco em que Chinnery navega prefere a pirataria ao comércio.
Quando atacam um pequeno navio abastado, que se afasta da cidade de Goa, Thomas Chinnery dá início ao caminho que o levará a atravessar os piores pesadelos nas masmorras da Inquisição e daí para o coração da antiga Indía.
Isto porque a bordo encontram-se um alquimista e uma mulher acusada de heresia.
Têm em sua posse um pó misterioso a que chamam Rasa Mahadevi, ou O Sangue da Deusa - Mata os vivos, mas pode também dar vida aos mortos.
Este é o primeiro volume de uma aventura literária em detalhes históricos que tem por cenário a Goa Dourada.
Com personagens incrivelmente vivas e realistas, um mistério sedutor e um cenário exótico, Goa, de Kara Dalkey, atrai imediatamente o leitor para um mundo de intriga e suspense, que entretece com facilidade elementos da mitologia com o misticismo hindu e obscuros factos históricos...
A autora serviu-se de diversas fontes e oferece-nos uma viagem fantástica tecendo uma ficção com base em factos e personagens históricos: a temerosa Inquisição goesa com base no testemunho de um prisioneiro françês da Santa Casa; um padre jesuíta inglês, protector dos prisioneiros e pobres, cujas cartas para Inglaterra aliciaram o comércio com a Indía; o governador Coutinho e o vice-rei Albuquerque acusados de heresia e feitiçaria; Garcia de Orta que com as suas ervas curava os pobres, trabalhando frequentemente na Misericórdia jesuíta em Goa e que, por acaso, recolhendo-o na sua casa, foi amigo de Camões...
Hoje pouco resta da velha Goa a não ser uma colecção de ruínas e testemunhos religiosos.
Esta colecção aviva-nos a memória sobre esta colónia, encontro de várias culturas e povos...
Uma atmosfera arrebatadora que acentua os aromas, vistas, sons e tradições que ocultam o poder político da Igreja e do estado mercantil europeu num misterioso subcontinente...
Dalkney serve-nos aqui um exótico repasto, que, como as requintadas especiarias da Indía, nos tenta o paladar com a insinuação de futuros prodígios.