Quando, em Abril de 1928. Oliveira Salazar tomou conta da pasta da Finanças, muitos depositaram nele as suas esperanças. Nesse numero incluíam-se os católicos e a sua Igreja. Contra ele estavam os seus derrotados pelo 28 de Maio e os que nutriam uma profunda eversão ao claricarismo. Exaltado por grande parte da imprensa, Salazar participou, direta ou indiretamente, no afastamento dos Presidentes dos ministérios com quem trabalhou.
Aos poucos, sem que a maioria das pessoas dessem por isso, o ministro das finanças assumiu-se como ideólogo da Ditadura, trabalhou para que esta se dotasse de um governo de ordem, capaz de proporcionar ao País uma Constituição, um sistema eleitoral e uma organização politica, que dessem ao regime em gestação os instrumentos necessários para executar uma transformação profunda. . O fantasma dos pronunciamentos republicanos que sonhavam com o regresso ao passado recente, ainda que noutros moldes, esteve sempre presente, assim como as greves e outro tipo de manifestações encetadas por anarquistas e comunistas, estes apontados como querendo estender a influencia da revolução russa em Portugal.
Num pais em crise, a Igreja Católica multiplicava as suas atividades no sentido de recristianizar a sociedade e recuperar o poder e a influencia que havia perdido como advento do regime republicano. O seu apoio á ditadura e, sobretudo, a Salazar, intensificou-se a partir de qua a novel Republica espanhola procedeu a reformas de monta, como a laicização do Estado, a supressão do domínio da Igreja no ensino, o encerramento de conventos, a expulsão dos jesuítas e a confiscação dos seus bens, etc, e que manifestantes em fúria incendiaram edifícios religiosos e atacaram instalações de organização de direita.
Num mundo revolto, com revoluções operárias em perspetiva em várias partes, um npvo D. Sebastião (Oliveira Salazar), agora real, surgia no horizonte em Portugal, com simpatia do Vaticano.