Durante séculos, o Homem e lobo coexistiram, olhando-se um ao outro mais com admiração e respeito do que com medo. Cada um respeitava a ordem social e perícia na caça do outro. Ambos eram partes interessadas em manter o complexo equilíbrio da Terra. Compreendiam que eram parte da Natureza, e não a Natureza que era uma parte deles.
Depois, o Homem começou a acreditar que era um ser superior e que já não precisava do lobo. De facto, deixou de reconhecer o direito do lobo à existência. Ofereceram-se recompensas para encorajar o envenenamento, o abate e a colocação de armadilhas por toda a parte. Isto aconteceu apesar de o lobo ter dado ao Homem o seu mais leal amigo e companheiro de trabalho, o cão. Por inveja, por medo ou ignorância, o Homem desatou a destruir o lobo; imagem espelhada do Homem, de tantas formas.
Embora diminuída, a alcateia perseverou contra tudo e contra todos, protegendo a sua bem sucedida organização familiar e estrutura social. Existe hoje um reconhecimento crescente de que podemos uma vez mais aprender com o nosso velho amigo, o Canis Lupus. Presentemente, o lobo começou, com a ajuda do Homem, a reaparecer em muitas partes do mundo. Hoje, a sociedade humana parece estar a desmoronar-se, enquanto a família do lobo permanece intacta.