Sábado, 15 de Fevereiro de 2003. Henry Perowne é um homem realizado - um neurocirurgião de sucesso, marido dedicado de Rosalind, uma advogada que trabalha num jornal, e pai orgulhoso de dois filhos já crescidos, uma promissora poetisa e um talentoso músico de blues. Ao contrário do que é habitual, acorda antes do nascer do dia, é atraído para a janela do seu quarto e dominado por uma sensação crescente de mal-estar. O que o perturba ao olhar para o céu é o estado do mundo - a guerra iminente com o Iraque, um pessimismo que não pára de crescer nele desde o 11 de Setembro, e o medo de que a sua feliz vida familiar e a sua cidade, com a abertura e diversidade que a caracterizam, estejam ameaçadas.
Mais tarde, Perowne dirige-se para o seu jogo semanal de squash atravessando as ruas de Londres onde centenas de milhares de pessoas se manifestam contra a guerra. Um pequeno acidente de automóvel fá-lo entrar em confronto com Baxter, um jovem nervoso, agressivo, a raiar a violência. A experiência profissional de Perowne sugere-lhe que há qualquer coisa de profundamente errado naquele indivíduo.
Quase ao fim de um dia repleto de incidentes, mas em que Perowne celebrou todos os prazeres da vida - música, comida, amor, a excitação do desporto e a satisfação de um trabalho bem feito - a sua família reúne-se para jantar. Mas, com o súbito aparecimento de Baxter, os receios iniciais de Perowne parecem prestes a materializar-se.
O último romance de Ian McEwan, Expiação, foi considerado uma obra-prima em todo o mundo. Sábado partilha a mesma prosa confiante e graciosa e a sua notável capacidade de percepção, mas é talvez ainda mais envolvente, mostrando como a vida pode mudar num momento, para melhor ou para pior. É a obra de um autor no auge das suas capacidades.