A sete de julho de 1997, Rúben Cunha, de 13 anos, foi electrocutado ao premir o botão do semáforo para peões instalado no Campo Grande, em Lisboa.
Transportado de imediato para o Hospital de Santa Maria, foram-lhe diagnosticadas lesões profundas e irreversíveis nos sistemas neurológico e vascular, faleceu três dias mais tarde.
A 30 de Julho é apresentada, pelos pais do Rúben, uma queixa-crime na Procuradoria Geral da República contra a Câmara Municipal de Lisboa e contra a empresa de manutenção do sistema de semáforos da cidade.
Vinte meses depois o Ministério Público dá por concluído todo o processo optando pelo seu arquivamento.
Um mês depois é entregue no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa um pedido de reabertura do processo.
Esta narrativa não é uma obra de ficção, antes de reflexão.
Suportada pelas circunstâncias factuais que decorreram desde a morte do Rúben até ao pedido de reabertura do processo e servindo-se cronologicamente de alguns acontecimentos, o livro assenta sobretudo no complexo enredo, esse sim, quase ficcional, tecido em redor do direito à vida, à segurança, à justiça, à dignidade e à indignação.