«Num cenário de escombros, onde hoje reinam o silêncio e a desolação, houve um dia uma cidade fervilhante povoada por 10 mil operários: dezenas de fábricas, bairros de habitação, refeitórios, laboratórios, estaleiros, escolas. O maior complexo socioindustrial português do século xx.»
É esta cidade fervilhante e os seus 10 mil operários (quem eram, como viviam, em que condições trabalhavam, o que os distinguia de outros proletários da época) que Jorge Morais nos traz de volta com um relato claro e afectuoso. Uma revisitação do que foi o Barreiro, um retrato nítido de quem criou a CUF e de como a sonhou grandiosa e eficiente, usando a cada passo as mais avançadas tecnologias e distinguindo os seus colaboradores, do topo à base, com cuidados e regalias sociais de vanguarda. Passados os anos tumultuosos, era urgente uma obra como esta, que fizesse renascer o Barreiro fabril do silêncio em que mergulhou. Cuidadosamente investigada, saborosamente redigida, esta Rua do Ácido Sulfúrico é um contributo imprescindível para a história social e económica do século xx português.