A um só tempo doce e amarga, é a voz da própria protagonista que nos guia numa viagaem do seu universo íntimo, para nos confiar os segredos da sua passagem da infância para a maturidade e da descoberta de todo um novo mundo de sensações, desafios e desencantos.
Paralelamente ao seu processo de crescimento, ela vai descobrindo as mentiras que sustentam - ainda que precariamente - a comunicação entre os familiares com quem vive e de certo modo, também, a própria comunidade em que todos se inserem.
Esta evolução pessoal, marcada pela descoberta do sexo, da amizade, do amor e da dor, leva-a a procurar refúgio no isolamento e no silêncio - um silêncio que pode ter muitos rostos.
Mas a sua verdadeira aventura vai começar com a descoberta do mundo exterior, que a dota da perspectiva necessária para definir a sua própria identidade.
Como se estivéssemos perante fragmentos arrancados a um diário, em Os Rostos do Silêncio a intimidade é-nos contada na primeira pessoa, num registo repassado de erotismo e lucidez.
E no entanto salta destas páginas, com uma notável pujança literária, um retrato revelador da sociedade cubana dos nossos dias.