Vencedor do PRÉMIO GONCOURT
«Na aldeia onde nasci, os rochedos têm nome. Há o Navio, a Cabeça do Urso, a Emboscada, o Muro e também os Gémeos, conhecidos ainda pelos Seios do Vampiro. Há sobretudo a Pedra dos Soldados; era aí que outrora se postavam os vigias quando as tropas perseguiam os revoltosos; nenhum local é mais venerado, mais cheio de lendas. No entanto, quando me acontece rever em sonhos as paisagens da minha infância, é um outro rochedo que me aparece. Com o aspecto de um trono majestoso, cavado e como que puído no local do assento, com um espaldar alto e direito, que baixa de cada lado à laia de braços – é o único, creio eu, que tem nome de homem, o Rochedo de Tanios...»
Assim começa este romance no qual o leitor fará a provisão de enigmas, de emoções e de peripécias. Nele se encontram, entre outros, um condutor de mulas sábio, um xeque chamado Francis, uma prostituta da Geórgia, um patriarca que a Morte espera, emboscada por detrás da espingarda do cônsul de Inglaterra e essa mulher, Lamia, que transporta a beleza como uma cruz. Nele se encontra, sobretudo, um jovem de cabelos já embranquecidos, que se tornou, por acaso ou fatalidade, no herói de uma estranha lenda.
O Rochedo de Tanios é, finalmente, um romance de aventuras e de fidelidade. Nele se ouve o barulho desse Destino que «passa e volta a passar através de nós, como agulha do sapateiro através do couro a que dá forma».