«…esse povo não é tão insignificante como Vossa Majestade referiu. Não se esqueça que teve a coragem para desvendar os mares quando todas as outras nações da altura nada faziam. Foi ele que descobriu meio mundo, imperador. É um povo valente, mesmo que não gostemos dele…
Napoleão Bonaparte ficou sem fala. Aquela verdade atingira-o em cheio.
É um povo corajoso e não deve ser subestimado. E temos disso a prova, não é…? Apesar de abandonado pelos seus governadores, pelo seu rei e pela sua corja de parasitas, sem exército que o pudesse defender, enfrentou as poderosas tropas de Napoleão, sem medo, muitas vezes de mãos nuas. E não foram só os homens, as mulheres também. Estas são tão corajosas como os homens. Soube de casos de portuguesas que nem lembraria ao diabo!… Por isso, o meu conselho é de muita prudência no trato com este povo… É um povo valente. Insolente, mas valente!»
Por considerarem os portugueses insignificantes no mapa político e militar europeu à época das Invasões, Napoleão acreditava que facilmente calcaria este povo de nobre linhagem e heroicidade.
Isabel Ricardo mais uma vez se perde nas páginas da História de Portugal oferecendo-nos um romance apaixonante e perturbador, proporcionando-nos o convívio com personagens históricas num cenário verdadeiramente surpreendente daqueles anos. Ana Luzindra, personagem real e misteriosa, era uma bela mulher que atraía os soldados franceses levando-os à morte. São muitas as personagens fascinantes desta narrativa inspiradas pelo período histórico ou criadas pela imaginação da autora.