Maria Ordoñes, o princípio de Agustina
Afinal, O Mundo Fechado não é o romance inaugural de Agustina Bessa-Luís. No início da década de 40, a escritora concluía os até agora desconhecidos Ídolo de Barro e Deuses de Barro, dois livros assinados com nome de ressonâncias maternas: Maria Ordoñes. A descoberta, feita pela família no Douro e revelada com todos os pormenores pela LER, é apenas parte de um conjunto de inéditos de que se têm ocupado Alberto Luís e Mónica Baldaque – e que ambos revelam em conversa com Carlos Vaz Marques, onde se fica também a saber como vive hoje Agustina. «Agustina está impecável fisicamente. Mas deixou de escrever por completo. Às vezes sinto que tem consciência da diminuição que lhe caiu em cima. Até pela rejeição total aos livros. Se estou a ler e tenho a luz acesa e estamos sentados à mesma mesa, ela quer que eu deixe de ler e apague a luz», afirma Alberto Luís.
Contos, textos dispersos, o primeiro capítulo de Ídolo de Barro, ensaios de Eduardo Pitta e Pedro Mexia, crónica de Inês Pedrosa, fotografias de Agustina nunca publicadas – páginas da LER para conhecer ainda melhor o percurso de uma autora que completa 90 anos em outubro.
A biografia conhecida de Agustina será diferente a partir de amanhã, quando a LER chegar a todo o país.