Em 11 de março de 2004, a história de um país denominado Espanha sofreu uma mudança irreversível. Este romance fala-nos desse dia terrível e, mais tarde, da sua reconstituição por um revisor de provas. Um revisor que é obrigado a corrigir os erros dos outros e que, naquele dia, tropeça numa errata incorrigível escrita no livro da realidade.
Concebido como o testemunho de um cidadão comum, mas sobretudo como uma confissão de amor, O Revisor é uma homenagem àqueles que nos permitem manter o bom senso nos tempos de incerteza e um testemunho impressionante acerca do poder do amor nas suas diversas formas - a amizade, a paternidade, a sexualidade - como abrigo contra a inclemência da vida e contra as mentiras do Poder.
Assim, se A Ofensa indagava a Segunda Guerra Mundial num cenário de História lida e interpretada, se Derrocada se interrogava, a propósito dos nossos medos, através da História intuída ou imaginada, O Revisor aproxima-se, sem rodeios, através do narrador implacável, da História vivida e protagonizada na primeira pessoa.
Com este romance, Ricardo Menéndez Salmón termina a Trilogia do Mal que o guindou a um lugar cimeiro na literatura espanhola.