O despertar intelectual de Stephen Dedalus, o mais importante, complexo e memorável jovem herói da literatura universal.
A posição de James Joyce no panorama da ficção contemporânea é, tal como a de Marcel Proust, de iniciador de caminhos, ao mesmo tempo que lhe cabe a responsabilidade de liquidatário do sentido tradicional do romance europeu. Se Retrato do Artista Quando Jovem é apenas o trânsito para a desmesura de Ulisses e também o trânsito necessário para Finnegans Wake, a verdade é que representa um dos volantes do tríptico fundamental da obra de Joyce.
A história de um jovem irlandês, educado pelos Jesuítas, aparece aqui em todos os seus múltiplos módulos. Inteligente, brilhante, os Jesuítas tentam conduzi-lo para os seus quadros, mas o jovem Stephen Dedalus resiste ao apelo, cortando violentamente com a sua juventude para vir a encontrar-se perante a necessidade do exílio como única possibilidade de afirmação total e livre.
Esta palavra liberdade, tantas vezes repetida pelo jovem Stephen Dedalus, apela para uma outra fundamental no percurso do jovem romancista: o exílio. É este binómio a chave de algumas posições míticas do tríptico constituído por Retrato do Artista Quando Jovem, Ulisses e Finnegans Wake.