– “Um gin tónico, por favor. A água tónica à parte. Obrigado.” – Disse ao barman.
Peguei na bebida e fui sentar-me na área de fumadores.
Tirei um cigarro do maço, acendi-o e dei uma longa puxada.
Que dia este. Não podia ser mais afortunado. Livros, mulheres, bebida. Parecia estar a correr bem.
Bebi entre fumaças. O gin, temperado a gosto, acicatava a vontade de voltar a estar com ela. De sair dali e regressar ao local onde a encontrei. Comecei a beber mais depressa. O cigarro estava quase no fim.
Decidi voltar para a entrada. Acabei o cigarro e o gin.
Levantei-me e fui embora. De caminho cruzava com algumas mulheres que eram capazes de me desviar, já ali, numa noite de lascívia e erotismo. Mas queria ver aquela. Parecia uma estrela com o seu cabelo de fogo-dourado. Como aquelas que se põe na Árvore de Natal. Bem lá em cima. A última decoração. A mais importante.
Com efeito, a silhueta, de costas, era uma visão esplendorosa. Os cabelos longos ondeados sobre o negro vestido. A cintura fina e a anca larga, de sapatos de saltos altos, salientavam-lhe o contorno do rabo e, virado para mim, fez com que o quisesse comer.
Não consegui disfarçar um sorriso.