O tema da verdade e a mentira no jornalismo, numa história ficcionada sobre um repórter que prefere contar boas e compensadoras histórias a relatar o que efectivamente ocorreu... Quando, um dia, este repórter ardiloso se vê a braços com um colossal desmentido, consegue, graças ao seu habitual engenho, descobrir uma saída à altura dos seus méritos. Um livro de leitura compulsiva, por vezes hilariante, mas que nunca mais nos deixará ler um jornal ou assistir a um noticiário com a antiga candura.
O Repórter do Kiribati é uma novela em que realidade, ficção e comédia se misturam numa teia que apenas poderia ser descrita por quem vê a profissão de jornalista a partir de dentro.
“O Repórter de Kiribati é um romance dentro do romance, um jogo de bonecas russas, uma cebola descascada sem lágrimas, mas com um imenso sorriso, que se transforma num largo riso quando, julgando o autor que nos apanhou, fomos nós que o apanhámos a ele – em flagrante delícia. Henrique Monteiro serve-se do seu longo e privilegiado olhar de jornalista, do seu gozado palanque de testemunha e observador das coisas humanas – tais como grandezas e outras miudezas – e da sua elaborada e feliz ironia para nos servir uma espécie de «romance desconstrutivo», onde a própria ideia de romance é a primeira vítima do seu romance. Faz fogo de rajada com a suavidade de quem atira flores e parece disparar em todas as direcções, sem nexo, quando, na verdade, tem a precisão de um sniper. Não há como escapar, e é isso que vale a pena.”
Miguel Sousa Tavares