Como testemunha o Teeteto, de Platão, o relativismo existe desde a Antiguidade, mas, com a «morte de Deus», tornou-se a filosofia dominante no mundo ocidental, o que convida a definir-lhe melhor os contornos.
Existem, com efeito, diferentes variantes do relativismo. Ao traçar a história destes relativismos, Raymond Boudon desafia-nos a distinguir o «bom» relativismo, que promove o respeito pelo Outro, do «mau», que conduz a uma perda de referências, alimenta o niilismo e fere a democracia, afirmando que a vida social e política é meramente determinada por relações de força.
Interrogar as afirmações dos vários relativismos leva-nos a formular novas questões: Como explicar as crenças humanas? E explicá-las equivalerá a justificá-las? Poder-se-á falar de um «progresso moral»? Quais as consequências políticas da hegemonia do relativismo? A «morte de Deus» implicará que os valores ocidentais não passem de valores entre tantos outros?
Neste livro, Raymond Boudon propõe-se analisar as respostas a estas questões dadas pelos grandes sociólogos e filósofos clássicos e modernos, extraindo a quinta-essência das reflexões destes sobre o tema.