Os últimos anos têm revelado uma América sem uma visão mobilizadora para o mundo e incapaz de vislumbrar os seus próprios limites.
Erros estratégicos sucessivos têm conduzido os Estados Unidos à perda de poder efectivo e à erosão do seu capital simbólico e da sua capacidade de influência no mundo.
Todavia, a América tem, na sua tradição política, republicana e federal, na sua Constituição democrática e na sua cultura de participação cívica, os fundamentos para regressar à condição de elemento chave da solução, e não parte obstinada do problema.
Talvez a nova ordem mundial, que agora se desenha, tenha ainda muito para receber da clássica sabedoria americana.
O que podemos aprender com a cultura política norte-americana? O que significa ser hoje uma «nação indispensável» e qual o papel que a superpotência deverá desejavelmente desempenhar no sistema internacional? Portugal ainda precisa dos Estados Unidos? Como poderão as relações entre americanos e europeus contribuir para o reforço de uma ordem multipolar e plu¬ralista em gestação?