Um estudo publicado é, por si, um acto de cidadania e de intervenção na esfera pública. Mais do que um exerc´cicio fechado de pericialidade técnica, é uma tentativa de comunicação com os poderes instituídos e com os agentes sociais em geral. A síntese que agora se publica procura representar um exercício reflexivo e crítico de suporte a políticas públicas modernas e demográticas. Trata-se de um estudo de vocação interdisciplinar, articulando contributos de demógrafos, sociólogos, economistas, geógrafos e arquitectos, o que sugere, deste logo, complementaridade e conflitualidade. Articula abordagens quantitativas e procura conjugar a análise e crítica de fontes com a produção de fontes primárias. A uni-las encontra-se o enfoque territorial, fio condutor de todo este trabalho. Usam-se escalas analíticas e de observação, mas também de estruturação da realidade e de intervenção, com vista a perceber um pouco melhor a lógica inerente À constituição de regiões, unidades relativamente autónomas (porque jamais estanques, num quadro de capitalismo tardio e de globalização avançada). Apercebemo-nos como tais regiões são apropriadas ao nível do quotidiano, de acordo com recursos e capacitações desiguais por parte dos agentes sociais. Uma região é construída, lida, observada, apropriada e vivida pelo prisma da diversidade.