A refundação do Aqueduto da Água da Prata, em Évora, após quatro décadas de espera e duas tentativas inconsequentes, foi finalmente concretizada, em escasso tempo, sobre o traçado topográfico de uma obra mais antiga da qual restam escassos vestígios materiais. Entre Outubro de 1533 e Março de 1537, D. João III mobilizou importantes recursos técnicos, humanos e financeiros para dotar a segunda cidade de corte com o mais extenso e complexo projecto de engenharia hidráulica do seu tempo. Ao decidir fazê-lo, durante a sua estadia em Évora e no auge da influência da cultura renascentista em Portugal, o rei contou com um forte estímulo circunstancial: a descoberta dos vestígios arqueológicos do aqueduto romano, oportunamente resgatados por André de Resende ao passado clássico da cidade.